Uma necessidade das crianças, desde o momento que elas nascem é a conexão. As crianças são como um pequeno radar que estão o tempo todo buscando se conectar com os adultos, principalmente com o pai e mãe, com essas pessoa que estão ali mais próximas. Elas precisam de se sentir percebidas, reconhecidas, aceitas, amadas, e conectadas mesmo com esses adultos. Como PE essa conexão? Como é que a gente entrega essa conexão para a criança.
As crianças são extremamente sensíveis. Elas percebem essa nossa conexão através do contato visual , do toque, ou seja; a gente tocar os nossos filhos muito, olhar muito para os nossos filhos, dá essa atenção, ter essa presença. Parar tudo que estamos fazendo, abaixar, olhar nos olhos, está ali realmente disponível, presente, conectado com elas. Elas são tão sensíveis, que percebem também se a gente tá conectado a partir da nossa expressão facial, corporal, se a gente tá numa postura relaxada. Elas conseguem perceber essa conexão e se nutrem disso. Se sentem percebidas, se sentem olhadas. Também através do nosso tom de voz.
Em fim, é muito importante que essa conexão seja verdadeira. E quanto mais nutrimos os nossos filhos, mais eles cooperam, mais conseguimos abrir espaço para que elas aprendam, para que se interessem elas coisas que a gente propõe. Para que elas façam o que estamos propondo. Ex.: Se eu chamo para ir para o banho, ela vai vir com mais facilidade. Se chega a hora do almoço, ela vem logo, ela vai cooperar com a dinâmica, com a rotina, quanto mais conectada, percebida, essa criança sentir.
Um grande desafio que nós pais e mães vivenciamos, é essa dificuldade de conseguir entregar para nossos filhos essa conexão, uma vez que é quase ilimitada, quase que infinita essa necessidade de conexão da criança. Ela quer o tempo inteiro essa atenção. Ela quer se sentir conectada, percebida, muito, muito tempo, e muitas vezes é difícil para nós, principalmente por duas questões.
1ª A nossa “criança” interior – Tem uma criança que vive dentro da gente, que também, muitas vezes lá na sua história de vida ela não foi atendida, não foi nutrida, reconhecida, ela não teve suas necessidades compensadas da forma que precisava ser necessidade de amor. Isso não aconteceu lá atrás, então hoje tem uma parte nossa que fica também pedindo, e é quase que a nossa criança interior, ela compete com o nosso filho. Ela também precisa dessa atenção, desse olhar. E claro que cada vez que damos e conseguimos atender ao nosso filho, é uma forma também de conseguirmos nutrir e entregar isso pra nossa “criança” interior.
2ª Não temos espaço de conexão entre adultos – Não temos pessoas que confiamos de verdade, que possamos nos abrir, falar e se mostrar, e nos sentir nutrido pela conexão do outro. Nos sentir percebido, escutado. As vezes não temos espaço. Não temos um amigo, uma amiga, uma mãe… uma rede de mães.
Então, se você realmente, deseja que o seu filho coopere mais, te deseje se conectar com ele, que ele aprenda mais, te respeite mais, nutra essa criança de conexão e comece a nutrir também a sua “criança” interior, Busque espaços nos quais você se sinta conectado, uma rede de apoio materno, mulheres que vão te escutar, mães, ou companheiros, amigos, ou até sua mãe, seu pai, em fim, pessoas que vão verdadeiramente te escutar e que você realmente vai poder se abrir, falar, porque a medida que você também tiver nutrido, você vai conseguir nutri o seu filho.
Clarissa Yakiara
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